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Mostrando postagens de 2012

{conto} A Visita

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"Leave my loneliness unbroken! - quit the bust above my door! Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door! Quoth the raven, 'Nevermore.'" (Edgar Allan Poe, 1845) Era um dia frio de fim de Outono, um domingo qualquer de Novembro. Dentre tantos planos, um lhe fugia à rotina das aventuras por lugares tão bem comentados. Naquela manhã, decidiu visitar aquele que a acompanhou por anos e lhe fez apaixonar-se, mas que nunca soube que ela existia. As roupas que usaria para a ocasião, escolheu minuciosamente. Vestiu o suéter mais aconchegante, e combinou com seu casaco preferido. Antes de sair, pegou um de seus livros na mesa de cabeceira, daqueles cujo título já encontra-se apagado da capa, denunciando quantas vezes ela o relera. Dirigiu silenciosamente. A cidade parecia ter parado, naquele dia. Poucos carros nas ruas, prédios e janelas fechados, cafeterias sem clientes. A cada pausa no semáforo, fitava o livro cuidadosamente r

Das coisas que vejo pelos EUA...

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Enquanto não encontro tempo para escrever tudo o que estou em falta com o blog, deixo aqui um vídeo com menos de 30 segundos, de uma coisa que me arrancou um sorriso neste último domingo. Eu estava no cemitério de Baltimore/MD, visitando o túmulo de Edgar Allan Poe, meu escritor favorito, quando de repente olhei para o lado e dei de cara com o rapaz do vídeo, parado no semáforo e tocando gaita, acompanhando a música do rádio, enquanto esperava pela luz verde. Quando ele me viu, eu sorri e ele postou-se mais a frente, para que eu pudesse vê-lo pela janela do carro. Não tive dúvidas. Saquei a câmera do bolso, e registrei os poucos segundos até o semáforo abrir. É, os EUA tem dessas coisas que fazem a gente prestar mais atenção ao que nos cerca. =)

Mais uma vez...

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Percebi que passei um longo tempo sem postar. Ainda tenho fotos do Halloween e histórias para contar. Também não falei sobre o furacão Sandy, mas isso também significa que foi tudo bem por aqui, que nada de ruim aconteceu por conta disso. Além disso, ainda houve a eleição presidencial, a qual me deixou bastante apreensiva. E então eu também percebi que estou passando por mais uma fase, e por isso andei um pouco quieta. Com o início do meu segundo ano, também veio o final do primeiro ano daquelas meninas que decidiram voltar. Acabei acompanhando pelo Facebook o retorno de uma Brasileira que veio no mesmo vôo que eu. A ansiedade, as malas, a contagem regressiva. E eu fiquei pensando "e se fosse eu?". Enquanto Au Pair, eu tenho passado por mais fases que a Lua! A cada época eu me sinto de um jeito diferente, meus pensamentos mudam, surgem questionamentos. É natural, mas também é quando eu preciso de um tempo para mim, para organizar tudo e continuar em frente. Passei

Língua Inglesa, respeito e cidadania

Passei o domingo pensando se eu deveria expôr o que estou prestes a escrever. Primeiro, achei que era melhor me calar publicamente, para não criar algum mal entendido, ou até mesmo criar desafetos, pois esta história envolve pessoas queridas. Entretanto, ficar pensando em duas situações que aconteceram recentemente, causadas por Brasileiros e pelas mesmas pessoas em ambas as vezes, já estava me cansando fisicamente. Portanto, resolvi escrever aqui uma espécie de reflexão sobre o que aconteceu, sem mencionar as situações em si ou nomes. Meu objetivo é deixar aqui algo a se pensar, sobre o que é respeito e cidadania. Sempre ouvi comentários ruins, vindos de imigrantes Brasileiros, sobre intercambistas Brasileiros, dizendo que são arruaceiros, que fazem barulho no transporte público, que não respeitam as regras de outros países, que isso, que aquilo. Antes eu achava que isso era birra destes Brasileiros que vivem em outros países há anos e que por isso não têm muito mais paciência co

Busch Gardens

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Dando continuidade à saga da viagem com a família, o sábado foi de muito andar, mas valeu cada passo! Estava super feliz de ter vivenciado aquilo, e ter aprendido mais sobre um pedaço da História a qual eu ainda não tinha conhecimento. No domingo fomos ao Busch Gardens, o parque de diversões que fica em Williamsburg. Não consegui fazer vídeo por lá, pois foi muito corrido. Imagine o que são três adultos e três crianças juntos, andando em meio à multidão. Loucura total! Era necessário prestar atenção por onde andava, para não me perder deles. O parque em si é como qualquer um que já conhecemos, com os brinquedos infantis, os que dão fri na barriga, e jogos. Minha única referência era o Hopi Hari e, sinceramente, este é minúsculo perto do Busch Gardens! Aliás, o parque está agora decorado para o evento de Halloween que acontece neste período, o Howl-O-Scream, o qual pode ser comparado à Hora do Horror do Hopi Hari, para se ter uma ideia. É claro que eu morro de medo disso, então

Colonial Williamsburg

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No último final de semana fiz minha primeira viagem com a host family. Fomos para Williamsburg, VA, para conhecermos o Colonial Williamsburg e também o Busch Gardens. A cidade fica a aproximadamente 3 horas de onde moramos, e fizemos a viagem de carro. Colonial Williamsburg é uma cidade colonial, a qual retrata o século XVIII. Tudo por lá se passa aos arredores do ano de 1775, e você pode ter contato com fatos históricos sobre a colonização, até mesmo encontrar gente daquela época. Atores andam pela cidade, vestidos conforme manda o figurino, e agem como se realmente estivessem naquela época. É possível chamá-los para conversar, e todo o diálogo irá acontecer como se você tivesse voltado ao passado, incluindo o idioma quase arcaico, com um vocabulário e sotaque bem diferente do que estamos acostumados. Eles não sabem quem é Obama ou Romney, também não sabem o que é Internet ou luz elétrica. E isso torna a visita um tanto quanto mágica! Na noite de sábado jantamos em uma taverna

Uma mudança para a vida toda

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Passei mais de uma hora fitando o editor, tentando dar início a este texto. Tamanho foi o bloqueio criativo, que acabei escolhendo por fazer a tradução livre de uma música que gosto muito, e que narra exatamente todo o significado que a vinda para os EUA teve na minha vida. Hoje completo um ano que saí de casa. É um dia nostálgico, cheio de lembranças, mas também muito feliz e repleto de um sentimento de realização e tarefa cumprida. Hoje foi o dia, há um ano, em que abracei minha família pela última vez, e embarquei em uma jornada para aventurar-me pelo desconhecido. Não é fácil expôr todos os motivos que me fizeram tomar a decisão de ser Au Pair, porque por trás de todo este universo há muito mais a ser compreendido. Minhas razões vão além de somente querer fazer um intercâmbio. Quando a oportunidade surgiu, eu havia acabado de passar por uma fase bastante turbulenta, daquelas em que te dá vontade de trancar a porta do quarto, apagar as luzes, e gritar para ninguém ouvir. Aos

Oi, eu tenho um Vlog!

O SocialCam é um aplicativo para iPhone e Android, o qual permite que o usuário grave vídeos, edite-os e faça upload dos mesmos em seu perfil. Além disso, é possível compartilhar os vídeos no Facebook, Twitter e Youtube, entre outras redes. É como se fosse um Instagram desenvolvido para vídeos. Por conta da facilidade de compartilhamento, e por ser algo para uploads rápidos, sem necessidade de muita edição, resolvi utilizar o aplicativo para fazer um vlog em Inglês. O objetivo é gravar vídeos curtos, contando alguma coisa que aconteceu, ou mostrar o que estou fazendo, comentar algum assunto, bem espontâneo, sem muita produção. Outro motivo o qual me levou a fazer isso, é acompanhar como anda meu desempenho com a Língua Inglesa. Aliás, eu deveria ter começado logo quando cheguei aqui, para ver o quanto progredi. Como tenho o canal no Youtube para vídeos em Português, e mais voltados para o programa de Intercâmbio, o SocialCam ficará mesmo no formato de vlog, sem um tema espe

Ele fez meu dia, sem ao menos saber

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Foi um dia comum, daqueles com o cronograma apertado durante o dia, mas com a noite livre. Eu precisava ajeitar as sobrancelhas. Nada demais, algo corriqueiro, mas que não consigo fazer se não for com aquela técnica da linha, a qual eu encontro em quiosques pelo shopping. Minha intenção, ao ir até lá, era somente esta. Faria o que era necessário, e voltaria para casa. Engano meu! Ir ao shopping é sempre uma armadilha. Aliás, hoje eu havia decidido andar prestando atenção ao meu redor, em vez de gastar meu tempo olhando para o celular, e foi isso que fiz. Andei sem rumo, entrei em algumas lojas. Comprei duas calças, andei mais um pouco, e quando passei em frente à Vans, resolvi entrar e conferir os lançamentos para o Outono. "- Bem vinda à Vans! Meu nome é Gabriel, e estou aqui para lhe ajudar. Caso esteja procurando algo específico, ou precise de ajuda, por favor, me chame.", disse o vendedor simpático, assim que coloquei meus pés na loja. Sem hesitar, olh

Para cada personagem, uma história diferente

Há muito tempo eu não me via abalada por algo, ou algum motivo, mas hoje um texto me deixou um tanto quanto pensativa e até meio tristonha. Foi um post , em um blog escrito por diversas Au Pairs, que me deixou fora de órbita por algum tempo. Este falava sobre as fases que, supostamente, toda Au Pair passa em seu período aqui nos EUA. A princípio, não me identifiquei com nenhuma fase. Nunca me senti um bicho de outro mundo perante a família, nunca tive uma crise de homesick, e, o mais importante, estou estendendo porque minha única intenção, com isso, é ter a oportunidade de viver mais um ano nos EUA, e poder estudar mais. Generalizações sempre me deixam doente. Às vezes chego a pensar que existe algo errado comigo, pois a minha vida de Au Pair é quase oposta à maioria das histórias que leio por aí. Eu não tenho problemas, eu não me sinto um peixe fora d'água, eu não tenho medo de trabalhar, eu não reclamo da minha rotina. Eu simplesmente vivo o que vem pela frente. Eu s

Pensamentos de fim de noite...

Um dia você decide prestar mais atenção em seu coração, e percebe que ele se transformou em um personagem complexo. Para entendê-lo, não se deve olhar somente a superfície. É necessário ter paciência e coragem para ir fundo, pouco a pouco. Ele é seu, e tão somente seu, que você o conhece por completo, canto a canto, como ninguém. Você sabe onde estão todas as feridas, cada uma delas. Só você é capaz de enxergar aquelas que já foram curadas, e aquelas que se tornaram cicatrizes. Ninguém melhor que você sabe quanto espaço ainda sobra para ser preenchido. Aqueles que lhe amam, verdadeiramente, também conhecem este seu personagem. Talvez não tão detalhadamente quanto você, mas são estes os que sabem ser pacientes e nunca lhe deixam, quando o seu coração se vê diante de uma dúvida, uma dor, uma decisão, uma felicidade... Somente estes sabem compreender cada estágio do seu coração, quando você se vê frente a tantas mudanças e adaptações na sua vida. Estes são capazes de, em um ol

E então onze meses se passaram

Hoje tive um insight . Daqueles que me deixam muda, olhando para o nada, de boca aberta, tentando digerir meus próprios pensamentos. Ter pego aquele voo, no dia 23 de Outubro de 2011, foi como apertar o botão de start de um jogo o qual nem eu mesma sabia como terminaria. Se é que terminaria... Em um minuto éramos eu e minha família nos despedindo. No instante seguinte, éramos seis meninas frente ao portão de embarque, ansiosas, com vidas tão distintas, mas com o mesmo objetivo. Algumas horas depois, era eu, sozinha, em um quarto de hotel qualquer, em Lima/Peru. Horas à frente, éramos eu e mais um Brasileiro, rumo ao treinamento, com um dia de atraso. Durante uma semana, éramos dezenas de intercambistas, vindos de muitos países diferentes, aguardando pelo dia em que nossa vida como Au Pair começaria, ao sermos entregues às nossas host families . Hoje, onze meses depois, todos nós estamos quase chegando ao final de um mesmo ciclo, mas cada um de uma maneira diferente. Temos histó

Sobre os $500 para estudar

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Mais um vídeo no estilo vlog, desta vez falando sobre a bolsa de estudo de $500 que nós, Au Pairs, temos direito durante o programa. Até mais!

Entrevista para o Realidade Americana

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Mesmo antes de vir (ou decidir vir) para os EUA, eu conheci o Realidade Americana , um canal no Youtube onde o Carlinhos conta sobre a vida dele aqui. Gostei desde o princípio, pois ele mostra qual é a realidade dele aqui, como é a vida Americana sob a visão dele. Através do canal, ele começou a entrevistar Brasileiros que moram aqui, para que mais pessoas pudessem expôr sua Realidade Americana. Com isso, me coloquei à disposição para ser entrevistada, e neste final de semana gravamos a tal entrevista. Eu gostei muito de conversar com ele. Dentre os Brasileiros que moram aqui há anos e que já tive contato, ele é um dos que tem minha admiração. Um cara muito bacana, apesar de troll, e que faz um trabalho muito legal com o seu canal. Com a autorização dele, deixo aqui o vídeo. Quem quiser ver os outros vídeos dele, vai lá pro canal Realidade Americana , que tem muita informação pra quem tem curiosidade sobre a vida do lado de cá. Até mais!

DC 101 Kerfuffle 2012 - The Offspring & Sublime

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Jiffy Lube Live, Bristow/VA Mais um final de semana de Rock 'n' Roll, baby! Desta vez fomos novamente ao Jiffy Lube Live, em Bristow/VA, para conferir o show do The Offspring, uma das primeiras bandas de Rock que tive contato na adolescência. Inacreditável ver mais um ídolo ao vivo! O Kerfuffle foi um festival organizado e realizado pela rádio DC 101, o qual contou com 6 bandas no total: Dead Sara , Foxy Shazam , Anberlin , Garbage , Sublime With Rome , e The Offspring . Ficamos na lawn section , ou seja, no gramado ao fundo do estádio. Levamos nossos blankets , alguns snacks , e curtimos as primeiras bandas no melhor estilo americano. Quando Sublime subiu ao palco, deixamos nossos pertences de lado e aproveitamos pra pular e cantar muito. Quando, enfim, The Offspring começou, logo em seguida, fomos ao delírio! Até mais! o/ Podem me chamar de boba, mas adoro estar em lugares próximos ao aeroporto! :) Isabela, Eu, e Marion DC 101 Ker

Gourmet Talk: Chicken Pie

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Antes que haja algum comentário pelo fato de eu escrever o título em Inglês, quero deixar claro que faço isso porque nós, Au Pairs, vivemos com Americanos, e quando cozinhamos eles sempre querem saber o nome do prato, principalmente se for algo Brasileiro. Desta forma eu espero estar ajudando outras meninas, porque muitas vezes não há tradução, e eu acabo explicando para a minha host como fiz, ela pensa em algo parecido em Inglês, e assim a gente chega a um "nome". Aqui em casa não há muita variação de carnes. Minha host só compra peito de frango desossado, e carne de peru moída. Carne (vermelha) moída ela só compra quando quer fazer Tacos. Portanto, toda vez que preciso cozinhar, tenho que pensar em algo diferente, porque aqui eles não gostam de repetir refeições. Esta semana fiz uma torta de frango por dois motivos: era a carne que tinha na geladeira, e as crianças são obcecadas por tortas. Não sei o motivo, mas a mais velha idolatra tortas. Vai entender... Para a ma